O IOF, sigla para Imposto sobre Operações Financeiras, é um tributo que afeta diretamente a vida financeira dos brasileiros, muitas vezes sem que eles percebam.
Seja na fatura do cartão de crédito internacional, na compra de moeda estrangeira, ou em uma simples operação de crédito, o IOF está presente e pode pesar no bolso.
Recentemente, o governo anunciou um aumento nas alíquotas do IOF, especialmente sobre transações internacionais.
Com isso, viajar para o exterior ou fazer compras em sites estrangeiros ficou mais caro. Para muitos, a mudança passou despercebida, mas os efeitos já começaram a aparecer nas contas do dia a dia.
Neste artigo, vamos explicar o que é o IOF, por que ele aumentou, como isso impacta suas finanças e o que você pode fazer para amenizar os efeitos dessa mudança nas suas próximas compras ou viagens.
O que é e onde ele aparece nas suas finanças
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal cobrado sobre diversas transações financeiras. Seu objetivo é tanto arrecadatório quanto regulatório.
Na prática, o imposto ajuda o governo a controlar a economia e monitorar a movimentação de dinheiro no país.

Ele incide sobre:
- Operações de crédito, como empréstimos, financiamentos e rotativo do cartão de crédito;
- Câmbio, ou seja, compra e venda de moeda estrangeira;
- Seguros, especialmente os que envolvem riscos financeiros;
- Investimentos de curto prazo, como fundos de renda fixa com resgate rápido.
O valor cobrado varia conforme o tipo de operação. No caso das compras com cartão de crédito no exterior, por exemplo, a alíquota era de 3,38% sobre o valor convertido para reais. Com o novo ajuste, esse percentual pode subir para 3,5%, dependendo da forma como a transação é realizada.
Assim, mesmo que o consumidor não perceba diretamente, o IOF está embutido em diversas despesas do dia a dia, e seu impacto se acumula com o tempo.
Por que o IOF aumentou agora?
A elevação do IOF faz parte de uma estratégia do governo para reforçar a arrecadação federal e equilibrar as contas públicas.
Em momentos de maior pressão fiscal, como os que envolvem pagamento de benefícios sociais ou recomposição de receitas, esse tipo de imposto de fácil arrecadação é um dos primeiros a ser ajustado.
Além disso, o IOF também é utilizado como instrumento de política econômica. Ao aumentar o imposto sobre operações cambiais, por exemplo, o governo pode desestimular o consumo de produtos importados, reduzir a demanda por moeda estrangeira e tentar conter a saída de divisas do país.
Ademais, outro fator que motiva esse tipo de medida é a simplicidade na sua aplicação. Como o IOF é cobrado automaticamente pelas instituições financeiras, ele não exige nenhum esforço adicional do contribuinte, o que facilita sua implementação e garante retorno rápido para os cofres públicos.
Portanto, a decisão de aumentar o IOF é tanto uma resposta fiscal quanto uma forma de controle econômico pontual.
Como ele afeta quem viaja ou compra no exterior
Se você costuma viajar para o exterior, fazer compras em sites internacionais ou pagar por serviços em moeda estrangeira (como streaming, cursos ou apps), o aumento do IOF afeta diretamente o seu orçamento.
1. Compras com cartão de crédito no exterior
Essas são as mais afetadas. A alíquota do IOF sobre essas transações pode chegar a 3,5% ou mais, dependendo da política da administradora.
Isso significa que, além da cotação do dólar no dia do fechamento da fatura, o valor final da sua compra ainda recebe um acréscimo considerável.
2. Compra de moeda estrangeira em espécie
Mesmo ao comprar dólares ou euros em casas de câmbio, você paga IOF, neste caso, a alíquota é de 1,1%. Embora mais baixa que no cartão, ainda representa um custo adicional que deve ser considerado no planejamento da viagem.
3. Serviços de assinatura cobrados em dólar
Plataformas como Netflix, Spotify, Adobe, cursos online e softwares em geral muitas vezes cobram em moeda estrangeira. Nesses casos, o IOF também é aplicado, e a cobrança aparece diretamente na fatura do cartão.
4. Viagens internacionais e reservas
Reservas feitas em sites como Booking, Airbnb ou companhias aéreas internacionais também podem envolver cobrança de IOF, dependendo da forma de pagamento. Usar cartão de crédito, mesmo que emitido no Brasil, inclui o imposto.
Como consequência, o custo final de uma viagem ou de um produto pode ser bem mais alto do que o esperado, especialmente se o planejamento não levar esses encargos em consideração.
Como reduzir o impacto do IOF no dia a dia
Apesar de não ser possível escapar completamente do IOF, existem algumas estratégias que podem reduzir seus efeitos financeiros e ajudar você a economizar nas próximas compras ou viagens.
Veja algumas delas:
1. Use contas internacionais de fintechs
Hoje, diversas instituições oferecem contas digitais internacionais, como Wise, Nomad ou C6 Global. Com elas, é possível converter reais para dólares com câmbio comercial e pagar apenas 1,1% de IOF, uma economia significativa em relação aos 3,5% do cartão de crédito.
2. Faça câmbio antecipado
Se vai viajar, comprar a moeda estrangeira com antecedência pode ser vantajoso. Além de evitar surpresas na cotação, você paga a alíquota menor e tem mais controle sobre o orçamento da viagem.
3. Evite parcelar compras em sites internacionais
O parcelamento pode gerar custos adicionais, além de dificultar o controle do câmbio. Sempre que possível, opte pelo pagamento à vista e verifique se há opção de cobrança em reais com IOF incluído.
4. Revise suas assinaturas em moeda estrangeira
Serviços de streaming, apps de edição e plataformas educacionais muitas vezes oferecem planos em reais. Verifique se há essa opção e considere migrar para economizar no imposto.
5. Planeje suas despesas internacionais
Entender o custo real de cada compra ou viagem é fundamental. Use simuladores de IOF disponíveis em sites financeiros, ou apps de gestão de gastos para acompanhar o impacto do imposto em tempo real.
Embora essas ações não eliminem o IOF, elas ajudam a minimizar seus efeitos e promovem uma relação mais saudável com o consumo internacional.
O IOF reforça a importância do planejamento
O aumento do IOF serve como mais um lembrete de que entender os impostos e taxas embutidas nas transações financeiras é essencial para manter as finanças pessoais equilibradas.
Embora pareça um percentual pequeno à primeira vista, o IOF tem potencial de encarecer compras, viagens e serviços, especialmente quando acumulado ao longo do tempo.
Felizmente, com informação, planejamento e escolhas estratégicas, é possível contornar parte desses impactos e continuar fazendo compras ou viagens internacionais de forma consciente.
Contas digitais internacionais, câmbio antecipado e atenção aos detalhes da fatura são atitudes que fazem diferença.
Em um cenário de constantes mudanças econômicas, buscar conhecimento é a melhor forma de proteger seu dinheiro.
Por isso, antes de usar o cartão de crédito no exterior ou fechar aquela compra internacional, lembre-se de considerar o IOF, e de ajustar suas decisões financeiras com inteligência e responsabilidade.
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