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10 alimentos banidos em outros países, mas liberados nos EUA

por Julha Azevedo

Alguns alimentos que fazem parte do cotidiano nos Estados Unidos são proibidos em diversos outros países por motivos de saúde e segurança alimentar.

As diferenças entre legislações ao redor do mundo chamam a atenção, principalmente quando certos produtos são considerados seguros em um país e arriscados em outro.

Pesquisadores, autoridades regulatórias e diferentes culturas alimentares geram essa variação nas decisões sobre alimentação.

Neste artigo, você vai conhecer 10 alimentos banidos em outras nações, mas ainda liberados no mercado americano.

Alimentos e as diferenças nas regulamentações ao redor do mundo

De fato, quando analisamos essas divergências, percebemos o quanto fatores econômicos, interesses da indústria alimentícia e interpretações distintas dos estudos científicos influenciam nas regras de cada país.

Alimentos proibidos
Foto: Freepik

Enquanto algumas nações optam pelo princípio da precaução, outras permitem o consumo até que haja provas concretas de riscos significativos à saúde.

Agora, vamos conhecer alguns dos alimentos mais polêmicos nessa discussão.

10 alimentos banidos em outros países, mas liberados nos EUA

1. Leite com hormônio rBGH (somatotropina bovina recombinante)

Nos Estados Unidos, muitos produtores de leite utilizam o hormônio rBGH para aumentar a produção de leite nas vacas.

No entanto, países como Canadá, União Europeia e Japão proíbem o uso dessa substância devido a preocupações com efeitos colaterais, tanto nos animais quanto na saúde humana.

Embora a FDA (agência reguladora americana) considere o leite seguro, algumas pesquisas apontam para possíveis ligações com problemas hormonais e aumento de fatores de crescimento associados a certos tipos de câncer.

Ainda assim, o leite com rBGH continua à venda em solo americano.

2. Salmão geneticamente modificado

O salmão modificado geneticamente, conhecido como “salmão transgênico”, foi aprovado para consumo nos EUA. Essa variedade cresce mais rápido do que o salmão natural, reduzindo custos de produção.

No entanto, a União Europeia e vários países asiáticos mantêm a proibição do produto, alegando falta de estudos de longo prazo e potenciais riscos ecológicos, caso escapem para o meio ambiente.

Mesmo com as críticas, os consumidores americanos têm acesso livre a esse peixe, com rótulo nem sempre claro quanto à sua origem genética.

3. Frango tratado com soluções de cloro

Nos Estados Unidos, é prática comum lavar os frangos com soluções de cloro e outros antimicrobianos para eliminar bactérias durante o processamento.

Já na União Europeia, essa prática é proibida há anos, pois o bloco entende que o uso do cloro não substitui boas práticas sanitárias na criação e abate dos animais.

Apesar da discordância, o frango tratado com cloro segue amplamente comercializado em território americano, sendo exportado até para alguns países com legislações mais permissivas.

4. Pão com bromato de potássio

O bromato de potássio é um aditivo usado em pães e massas para melhorar a textura e o crescimento da massa.

Entretanto, estudos associaram essa substância ao risco de câncer em animais, o que levou sua proibição na União Europeia, Canadá, China e Brasil.

Nos Estados Unidos, embora haja recomendações de cautela, o produto ainda pode ser encontrado em algumas marcas de pães e produtos industrializados.

5. Refrigerantes com óleo vegetal bromado (BVO)

Durante muitos anos, refrigerantes com sabor cítrico nos EUA continham óleo vegetal bromado, utilizado para estabilizar os sabores.

Contudo, estudos mostraram que o consumo excessivo de BVO pode causar problemas neurológicos e distúrbios hormonais.

A União Europeia e o Japão baniram o aditivo, enquanto nos EUA, algumas marcas retiraram voluntariamente o ingrediente após pressão popular, mas a substância ainda não está completamente proibida no país.

6. Cereais e doces com corantes artificiais

Os corantes artificiais como o amarelo nº 5 (tartrazina) e o vermelho nº 40, comuns em cereais e doces infantis, estão permitidos nos Estados Unidos.

Porém, a União Europeia obriga a inclusão de advertências nos rótulos e limitações de uso, devido à possível ligação com hiperatividade e reações alérgicas em crianças.

Nos EUA, as regulamentações ainda permitem o uso desses corantes sem avisos específicos, o que gera constantes debates entre autoridades de saúde e a indústria alimentícia.

7. Carne com ractopamina

A ractopamina é um aditivo alimentar utilizado para estimular o crescimento muscular de suínos, bovinos e perus.

Embora aprovado pela FDA, países como União Europeia, Rússia e China proíbem a substância, alegando riscos cardiovasculares e neurológicos, além de bem-estar animal.

Mesmo diante de tantas restrições internacionais, os Estados Unidos continuam permitindo o uso da ractopamina em larga escala na pecuária.

8. Bebidas energéticas com altos níveis de cafeína

Nos EUA, algumas marcas de bebidas energéticas possuem níveis de cafeína e aditivos estimulantes bem acima do que seria permitido em diversos países europeus e na Austrália.

A preocupação gira em torno de riscos cardiovasculares, especialmente em jovens e pessoas com predisposição a problemas cardíacos.

Enquanto outros países limitam rigidamente a comercialização, nos Estados Unidos há apenas orientações voluntárias de consumo e exigências de rotulagem.

9. Gomas de mascar com BHT (butil-hidroxitolueno)

O BHT é um conservante usado para prolongar a validade de produtos como gomas de mascar, cereais e batatas fritas.

Contudo, pesquisas sugerem que doses elevadas podem ter efeitos tóxicos sobre o fígado e promover o crescimento de tumores.

Por conta desses riscos, diversos países europeus optaram pela proibição ou restrição do aditivo. Nos EUA, entretanto, ele continua aprovado e amplamente utilizado na indústria alimentícia.

10. Produtos com Olestra

A Olestra, uma gordura sintética usada em alguns snacks e batatas fritas, impede a absorção de gorduras no organismo, prometendo um alimento “zero gordura”.

No entanto, seu consumo pode causar desconforto gastrointestinal e impedir a absorção de vitaminas lipossolúveis.

Embora a FDA tenha aprovado a Olestra, diversos países a baniram devido aos seus efeitos adversos, mas os Estados Unidos ainda permitem seu uso em alguns produtos.

Por que os EUA permitem o consumo desses alimentos?

As diferenças nas regulamentações de alimentos entre os Estados Unidos e outros países decorrem de diversos fatores.

Em primeiro lugar, os EUA tendem a adotar uma postura de que um produto só deve ser banido caso existam provas claras e conclusivas de risco à saúde. Já outras nações seguem o princípio da precaução, proibindo o uso quando há incertezas ou suspeitas.

Além disso, o poder de influência da indústria alimentícia no lobby político americano também desempenha um papel importante na manutenção dessas permissões.

Muitas empresas defendem que não há evidências científicas suficientes para justificar a proibição e, portanto, pressionam para manter o uso dos aditivos e processos.

Outro fator que contribui para essas diferenças é a cultura alimentar de cada país, que reflete prioridades distintas em relação à saúde pública e à proteção do consumidor.

Um olhar atento para o que consumimos

Embora os Estados Unidos permitam legalmente os alimentos listados, cada consumidor precisa fazer escolhas informadas e compreender os riscos e benefícios envolvidos

Afinal, a segurança alimentar vai muito além das permissões legais: envolve também conhecimento, responsabilidade e consciência sobre o que colocamos à mesa.

Por isso, ler os rótulos, buscar informações de fontes confiáveis e acompanhar as discussões sobre regulamentação alimentar são atitudes valiosas para quem deseja cuidar da saúde.

Ainda que a legislação varie entre países, a informação é sempre a melhor aliada na hora de decidir o que consumir.

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